ÉTICA e AJUSTE! - Crônica........por Louren Junior......coordenação Espíritoa Matias Albuquerque
BRASIL tão decantado em Prosa e Verso................................................
ISRAEL x PALESTINA resposta ao HOLOCAUSTO ?????..................
Sempre que se confrontam os valores morais, descritos de maneira rígida como no caso do Evangelho...,
Assalta-nos a mente o nosso próprio procedimento e entendimento do que pode parecer-nos mais correto.
Frisando mesmo com certa freqüência fora de nossos limites íntimos, o nosso procedimento no lar, no trabalho, na escola, na sociedade enfim.
- Como nos situarmos?
- Ética (Moral) e Ajuste?
- São meros preceitos, normas, regras, alvos mais ou menos conscientizados, impostos a nós mesmos?
Sócrates diz, então, que “é sujeito ético moral somente aquele que sabe o que faz (tem consciência), conhece as causas e os fins da sua ação, o significado de suas intenções e de suas atitudes, e a essência, isto é, o íntimo dos valores morais”.
Sem duvida! Como é um conjunto de valores que dizem respeito ao bem e ao mal.
O que podemos considerar ou o que podemos desconsiderar.
O que considerarmos como uma atitude correta, pode ser validada a todos os membros de um grupo ou de uma sociedade.
Dai resultando em um conjunto de normas constituindo uma "moral" que orienta o comportamento humano.
A sua adequação será previamente estabelecida de acordo, o que é moral ou imoral dentro de um grupo ou sociedade.
- O simples e franco propósito de recomendá-los seria o suficiente?
Talvez a simples revolta manifesta e adversa, fere-nos e envolve-nos em pronta reconsideração, até mesmo nos detendo a comodismos gratuitos.
Como dizia J. Elliot: “Para que o mal perdure, basta que as pessoas de bem nada façam.”
Na verdade a humanidade na sua fuga constante da primordial tarefa de servir deixa escapar à lúcida e progressiva classificação que lhes cabe, diante da soberana e boníssima colocação ditada do Alto e do Eterno.
O espírita não tem apenas compromisso com a sociedade, mas com ele próprio, acrescido do conhecimento que deve levá-lo a afirmar a sua posição, a sua adesão ao plano Divino.
A maior incoerência seria o espírita omitir a sua adesão em qualquer das atividades que exerça.
Ao espírita cabe não somente manter a conduta edificante no seio da família e da sociedade, mas principalmente, esforçar-se para ser veículo de propagação da fé raciocinada, da esperança e da confiança na Justiça Divina e, principalmente ser praticante continuo da caridade em todas as ocasiões que se ofereçam.
Se o ser humano tem a liberdade de fazer o que quiser de sua vida, existe a “cobrança” (ação e reação) para que não abuse dessa liberdade de agir, tanto em relação a si mesmo, como em relação aos outros.
Até mesmo a atuação participativa nas atividades espirituais, aparentemente parece não trazer de imediato, aquilo que poderia acrescentar e melhorar nossa conduta, se faz necessário que busquemos no refugio de nossos corações, as aparas, as deliberações, mais de acordo com nosso comportamento.
Nada mais devemos expressar senão o amor que a todos envolve que nos sustenta e nos transforma.
O contato com o plano espiritual, proporciona-nos situações de estudo e reconsiderações do maior valor Doutrinário e Evangélico...,
Os espíritos vão-se amoldando a esses entendimentos, trazendo para si, a maior ou menor parcela das suas venturas e felicidade íntima.
Quanto mais conhecimentos tivermos, mais ética teremos, melhor será nosso comportamento ético.
Precisamos fazer a travessia entre a promessa e a realidade, atravessar daquilo que realmente falamos e daquilo que realmente exercitamos.
A Doutrina Espírita conscientiza a todos, quando da constante quebra das referencias éticas do mundo.
Quando coloca o pai diante do filho e lhe diz: “Meu filho você tem que ser uma pessoa correta e honesta.” Mas, só dizer não basta, a idéia sim é a verdadeira palavra.
Os espíritas têm consciência do grande papel que têm diante desse contexto.
A permanente disposição de querer o bem, e o mesmo que dizer ter coragem de assumir seus valores e encarar os obstáculos que possam constranger sua ação.
Podemos até mesmo concluir a "virtude" está entre dois polos: um por excesso e outro por falta, e o correto é escolher o justo, a medida certa.
Consequentemente temos que a ética é um saber prático porque é o conhecimento daquilo que só existe como conseqüência de nossa ação e, portanto depende de nós. Não dá para separar o indivíduo da sua ação. Por isso é que se fala em comportamento ético – “tal pessoa é ética”,
Cabe-nos uma tarefa imensa e o Plano Espiritual estão confiantes de que os espíritas na sua totalidade haverão de contribuir para a emancipação do Planeta Terra.
“Precisamos sair da timidez e da inércia para levarmos, através de nossa própria exemplificação, o reto procedimento, o reto pensar, o reto falar e o reto agir.”
Quanto mais cultos e serenos formos, mais humildes nos fazemos, mais justiça praticamos e mais perto ficamos dos nossos assemelhados.
"Vigie seus pensamentos, porque eles se tornarão palavras.
Vigie suas palavras, pois elas se tornarão atos.
Vigie seus atos, pois eles se tornarão seus hábitos
.Vigie seus hábitos, pois eles se tornarão seu caráter.
Vigie seu caráter – porque ele será o seu destino."
ÉTICA e AJUSTE! - Crônica........por Louren Junior......coordenação Espírito Matias Albuquerque
ÉTICA E MORAL – CONSIDERAÇÕES GERAIS
Todas as culturas e todas as sociedades instituem uma moral, isto é, um conjunto
de valores que dizem respeito ao bem e ao mal, ao que pode ser feito e ao que é vedado,
e ao que é considerada uma conduta correta, isto é, válida para todos os membros das
culturas e sociedades.
A seguir algumas definições de moral numa tentativa de clarear o assunto:
Moral: “Ciência do bem e do mal”
Moral: “Ciência dos deveres e virtudes”
Moral: “Ciência da felicidade ou do fim da atividade humana”
Moral: “Ciência do destino humano”
Moral: “Conjunto de regras que determinam o comportamento dos indivíduos na
sociedade”
Exterior e anterior ao indivíduo, há uma moral constituída que orienta o
comportamento do homem por meio de normas. O ato será considerado moral ou imoral
de acordo com a sua adequação ou não à uma norma previamente estabelecida, em um
grupo ou numa sociedade.
Fazendo uma viagem retrospectiva no tempo, vemos que estas questões relativas
ao bem e ao mal foram tratadas por primeiro pelo filósofo grego Sócrates [470 - 399
ac]. Isto sabemos pelos escritos de Aristóteles [384 – 322 ac] e Platão [427 – 347 ac].
As discussões Socráticas a respeito do bem e do mal deram início ao que
chamamos hoje de ética ou filosofia moral, porque falam claramente a respeito do
campo em que se situam os valores e as obrigações morais, dando como ponto de
partida a consciência do agente moral, isto é, do homem.
Sócrates diz, então, que “é sujeito ético moral somente aquele que sabe o que faz
(tem consciência), conhece as causas e os fins da sua ação, o significado de suas
intenções e de suas atitudes, e a essência, isto é, o íntimo dos valores morais”.
Sócrates vai mais longe quando diz que “somente o ignorante é vicioso ou
incapaz da virtude, pois quem sabe o que é o bem, não pode deixar de praticá-lo, isto é,
agir virtuosamente”.
Vejamos agora o que é virtude. É a permanente disposição de querer o bem, quer
dizer, ter a coragem de assumir os valores preferidos e encarar corajosamente os
obstáculos que possam eventualmente constranger a ação. Para Aristóteles, a virtude é a
eqüidistância entre dois vícios: um por excesso e outro por falta.
Portanto, a virtude consiste em saber escolher com prudência o justo meio, a
proporção e a medida. Assim a coragem é o meio termo entre a temeridade (excesso) e a
covardia (falta).
Por tudo o que foi dito sobre moral vamos constatar em seguida que a simples
existência de uma moral não significa a presença evidente de ética, pois que a ética é
uma reflexão que questiona, discute, elabora e interpreta os valores morais.
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Como conseqüência temos que a ética é um saber prático porque é o
conhecimento daquilo que só existe como conseqüência de nossa ação e, portanto
depende de nós. A ética refere-se, pois, à práxis – na prática o agente, a ação e a
finalidade da ação são elementos inseparáveis – não há como distinguir, isto é, separar o
agente da ação.
Por isso é que afirmamos que na práxis ética nós somos aquilo que realizamos e
aquilo que realizamos é, em si, o fim bom e virtuoso. Não dá para separar o indivíduo
da sua ação. Por isso é que se fala em comportamento ético – “tal pessoa é ética”,
“fulano agiu eticamente”.
O pensamento filosófico antigo coloca alguns princípios básicos que orientam a
vida moral:
1° Os seres humanos naturalmente desejam o bem e a felicidade que só podem
ser alcançadas através de um comportamento virtuoso.
2° A virtude é uma tendência interior do caráter – concorrem para isso a
consciência do homem que conhece o que seja o bem e o seu comportamento deve ser
dirigido pela razão que, por sua vez, ajuda a controlar os seus instintos.
3° A conduta ética é pautada pela superioridade da vontade do homem sobre
seus instintos, sobre a vontade alheia, confirmando, assim, a sua autodeterminação e
independência.
Por fim, dizemos que a característica fundamental do homem ético ou moral
reside no fato de ele não se submeter aos acasos da sorte, à vontade dos outros, aos
impulsos de suas paixões, mas de se orientar sempre pela sua própria consciência, que
por sua vez deverá conhecer e discernir entre o bem e o mal. E mais, usar sempre a
razão, que lhe dará os meios adequados para alcançar os objetivos morais.
A busca do bem e da felicidade são, pois, o conteúdo, o cerne da vida ética.
Os filósofos antigos diziam que a vida ética resulta de um combate incansável do
homem com suas paixões e a sua razão. Para eles, a vontade possui um valor decisivo
sobre o resultado desta batalha que o homem trava consigo mesmo, o tempo todo. Mas
advertem que: a educação vem ao auxílio do homem neste momento crucial. É através
da educação da vontade que o homem terá condições de superar suas paixões, através
do uso da razão.
São, pois, três os aspectos que ressaltaram os antigos filósofos no tocante à ética:
1° Racionalismo – a virtude está na ação controlada pela razão.
2° Naturalismo – nosso agir tem que estar em acordo com a natureza.
3° Inseparabilidade entre a ética e a política – o homem deverá agir de acordo
com os valores da sociedade, pois só assim encontrará a liberdade, a justiça e a
felicidade.
Finalmente, a ética era conhecida como a educação do caráter do sujeito moral,
para ter sob seu absoluto controle racional os seus impulsos, a fim de direcionar a sua
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vontade no sentido do bem e da felicidade, também visando em último fim a boa
convivência na sociedade.
A ética deveria promover a convivência harmônica entre um homem de caráter
virtuoso e uma sociedade também virtuosa, isto é, uma coletividade composta de
homens de valores considerados virtudes.
Após todas essas considerações sobre bem e mal, moral, ética e comportamento
moral ou ético, faz-se necessário buscar uma tentativa de definir Ética como campo de
conhecimento humano. Assim diremos que a Ética ou Filosofia Moral é a parte da
filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito dos fundamentos da vida moral. E que
fundamentos são estes? Nos parece que são dois, a saber, um interno e outro externo.
Como fundamento interno diremos que a moral nos surge como algo que se
deseja. Nasce do desejo do homem, da opção do homem de realizar o bem. Assim, os
valores morais são internos à consciência, desejados por ela e fazem parte de um ato de
vontade do homem.
O externo é fundamento que nos diz que a consciência moral é algo que se nos
impõe, como uma autoridade soberana. Ela tem o aspecto formal de uma obrigação, de
um dever imperioso e que não está em discussão. Assim a moral se apresenta como algo
externo, fora da nossa consciência e que submete a nossa vontade fazendo com que nos
curvemos a ela.
Não se pode mesmo contestar que a exigência moral se apresente à nossa
consciência sob a forma de obrigação, de dever.
A consciência moral se submete, pois, a uma obrigação que ultrapassa os limites
da própria vontade, contrariando às vezes, não raro, os nossos próprios interesses e
nossas paixões.
Durkheim dizia que “nossa consciência moral é apenas o eco do que ele
denomina de consciência coletiva”. A partir do momento que o homem não vive só e
sim em sociedade, o bem coletivo passa a sobrepor o bem individual. Assim, o dever é
coletivo.
Considerações finais
A palavra moral vem do latim
mos, mores e designa costumes e tradições
específicas de cada povo, vinculadas a um sistema de valores próprio de cada cultura ou
de um caminho religioso, espiritual.
A moral muda conforme as culturas ou mesmo dentro de uma mesma cultura,
em conformidade com as diferenças dos grupos. Existem morais relativas a profissões,
assim sendo, há moral para médicos, bombeiros, militares, operários e assim por diante.
Dizemos então que a moral é pluralista por natureza. Mas, o ponto crucial é que, ainda
que haja muitas morais e que elas sejam mutáveis ao longo do tempo, dado que as
circunstâncias são transitórias, deve sempre haver um denominador comum, que é a
ética.
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Dizemos então que a ética tem um papel muito mais abrangente que a moral.
Diremos mais, que a ética abraça as morais ultrapassando aquilo que é um costume,
uma tradição até, para se preocupar com as mudanças históricas, as mudanças de
mentalidade, com as lutas decorrentes das transformações sociais.
A ética abraça transformações que permitem que a moral continue sendo moral e
não moralismo. A ética, neste sentido, desacomoda a moral, dá a ela um dinamismo que
passa a garantir o bem estar social.
Assim sendo, podemos dizer que a “moral representa um conjunto de
atos
repetidos, tradicionais, consagrados”, enquanto a ética “corporifica um conjunto de
atitudes
que vão além desses atos”.
Explicando melhor: “o ato é sempre concreto, fechado em si mesmo”, enquanto
a atitude é “sempre aberta para a vida, com suas incontáveis possibilidades”.
Não é suficiente sermos morais, apegados a valores e tradições. Se adotarmos
esta posição estaremos sendo moralistas e tradicionais.
É preciso ir muito além disso. Ter determinação para deixar de lado coisas que
não tem mais utilidade nas muitas morais existentes e, atendendo a um chamado ético,
assumir novas posturas, definir novos valores com a responsabilidade não de fazer
novos modismos, mas, para promover o bem estar das pessoas e do coletivo.
A renovação da moral deve ser portanto constante, sempre sob a orientação da
ética. É a ética quem nos dá diretrizes para combater a miséria, a corrupção, o abuso do
poder qualquer que seja ele, a violência e a guerra.
É ela, a ética, que nos torna sensíveis a tudo o que é novo e dos dá elementos
para, com responsabilidade e serenidade, entendermos o contemporâneo.
Heráclito [550 – 480 ac], filósofo grego, dizia que “a ética é o anjo protetor do
ser humano”.
É o porto seguro para o nosso comportamento nestas águas turbulentas dos
oceanos de nossas vidas. De resto só teremos a barbárie!
Bibliografia
Jolivet, Regis – Tratado de Filosofia IV – Moral, Agir Editora, 1966
Aranha, Maria L A e Maria Helena P Martins – Filosofando, Ed. Moderna, 1986
Morente, Manuel Garcia – Fundamentos de Filosofia, 8
a edição, Ed Mestre Jou
Boff, Leonardo – A águia e a Galinha, Ed.Vozes, 1997
Chauí, Marilena – Convite à Filosofia, Ed. Ática, 12
a edição, 2000.
Huisman, Denis – Curso Moderno de Filosofia, Ed. Freitas Bastos, 8
a edição, 1983