Bispo | Don José Gaspar d'Afonseca e Silva

02/10/2010 13:03

1o. Congresso Eucarístico da Cidade de Santos - 10941

 


Detalhe tomado no salão nobre da Prefeitura Municipal, quando da recepção oferecida pelo dr. Gomide Ribeiro dos Santos, chefe do Executivo local, a d. José Gaspar de Afonseca e Silva, arcebispo metropolitano, e aos bispos da província paulistana, sua comitiva e às pessoas gradas
Foto e legenda publicadas em A Tribuna de 29/7/1941

 

 

Aos meus compatriotas brasileiros,

desejava já há algum tempo, trazer a minha palavra de fé e de reconhecimento pelo carinho e atenção, de que fui alvo quando Arcebispo da Diocese da cidade de S. Paulo.

Tudo aquilo que procurei desenvolver e realizar, sempre teve o apoio inconteste e generoso do povo paulista.

Dentre as minhas atividades, já como Arcebispo da Diocese da cidade de S. Paulo, um dos eventos que mais tomava conta das minhas motivações foi sem favor algum o 4º. Congresso Eucarístico Nacional, que tinha como objetivo principal atingir o povo como um todo, sem cogitar de credo ou seita religiosa.

Criei novas Paróquias e as dividi em decanatos, para melhor uniformizar o trabalho dos padres.

Como vêm muito poderia lhes descrever sobre o breve tempo que estive encarnado entre todos.

Lembro com saudades dos paroquianos da Igreja da Consolação no centro da cidade de S. Paulo, alguns já fazem parte desse novo mundo o plano espiritual.

Percebem! Sem notar estou adentrando naquilo que vos quero participar.

“O Plano espiritual.”

Sim, queridos compatriotas, desde a minha chegada, nesse novo mundo, e já perfazem na sua contagem terrena 67 anos, que desejava “informar sobre tudo aqui”.

Procurarei resumir o bastante. Após o trágico acidente aéreo em que fui envolvido no Rio de Janeiro, juntamente com o amigo e fiel companheiro Cásper Libero, e após sermos socorridos por benfeitores, amigos e parentes aqui no além, com todo o desvelo e carinho que emprestavam a essa nova realidade.

Não nos faltaram todo tipo de atendimento, desde as mais singelas palavras de conforto, como todo o tipo de socorro médico. Me parecia estar sendo atendido em um grande complexo Hospitalar, mas a dificuldade do momento, não me dava condições melhores de avaliação.

Mas, tudo bem! Fomos aos poucos graças a essas mãos amigas compreendendo melhor a nova situação.

Até que o convencimento através de uma análise mais criteriosa

tomava conta daquilo que nos envolvia.

 

Mas, esse convencimento veio somente mesmo a partir do momento em que fui chamado a realizar algumas tarefas, pois meu espírito já se encontrava refeito de todo aquele trauma de que havia sofrido, após o acidente aéreo.

Orientado por Entidades Superiores ( Superiores no sentido da evolução espiritual de que detêm.) fui recomendado a fazer um trabalho de conscientização junto aos jovens que por vontade ou determinação desejam (vam) seguir a vida sacerdotal

A principio relutei, pois me achava despreparado para a tal missão, mas fui encorajado por esse novos companheiros e me apresentei ao trabalho.

As tarefas aqui no além, têm o mesmo sentido de “trabalho” dos que se realizam no plano terrestre. A diferença “fundamental” e que não sentimos, aquela necessidade premente do descanso, pois não carregamos mais os despojos do corpo físico, isso tudo fica por ai, e se transformará segundo os critérios que a própria natureza lhe aprouver.

Substancialmente podemos adiantar, que os jovens de uma maneira geral, ao optarem pela “vida sacerdotal” na sua maioria não carregam consigo de imediato uma verdadeira “opção” pela escolha.

Essa maioria “aqui no além” para a nova “reencarnação” e pela opção escolhida, se defrontam com essa nova realidade o conhecimento da “imortalidade do espírito” e dependendo do credo que irão professar, terão forçosamente de fazer valer esse conhecimento.

Tudo tem seu mérito e para eles não faltarão o apoio e a assistência dos Benfeitores Espirituais.

Da minha parte desejo, pelo pouco que pude orientá-los, as melhores recompensas, pois “só o trabalho consciente e honesto”

os tornarão ditosos e bem aventurados.

 

Jesus é o nosso mestre, estará sempre junto de nós, Deus é o nosso Pai nunca nos faltará.

 

Espírito Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva              06/09/2010

 

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Dom José Gaspar de Afonseca e Silva (Araxá, 6 de janeiro de 1901Rio de Janeiro, 27 de agosto de 1943) foi um sacerdotecatólicobrasileiro; décimo quarto bispo e segundo arcebispo de São Paulo .

 

Estudos

Realizou seus primeiros estudos na terra natal, tendo sido preparado para a primeira comunhão, por sua própria mãe. Aos onze anos, entrou para o internato no Colégio de São Luís em Itu. Entrou para o seminário em 1916, tomando então a batina. Fez os cursos universitários, Filosofia e Teologia, no Seminário Provincial em São Paulo e no Colégio Pio-Latino Americano. em Roma. Graduou-se na Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, e fez doutorado em Direito Canônico.

 

Presbiterado

Foi ordenado, aos 22 anos, por Dom Duarte Leopoldo e Silva, em São Paulo, a 12 de agosto de 1923. Foi ordenadopadre secular para a diocese de Uberaba, transferindo-se para o clero de São Paulo em 1929. De 1927 a 1933 foi coadjutor na paróquia da Consolação, professor e vice-reitor do Seminário Provincial de São Paulo. De 1934 a 1937 foi reitor do Seminário Central da Imaculada Conceição, no Ipiranga. Foi também membro do Conselho Administrativo da Arquidiocese, de 1932 a 1934, e examinador pró-sindical na Arquidiocese em 1932.

 

Episcopado

Foi nomeado bispo titular de Barca e auxiliar de São Paulo a 23 de fevereiro de 1935, aos 34 anos. Foi sagrado bispo, na igreja de Santa Cecília, em São Paulo, no dia 28 de abril de 1935, sendo sagrante principal o seu arcebispoDom Duarte Leopoldo e Silva, e consagrantes: Dom Antônio ColturatoOFM Cap, bispo de Uberaba; e Dom Gastão Liberal Pinto, bispo coadjutor de São Carlos. A 29 de julho de 1939, aos 38 anos, o Papa Pio XII, o nomeou para arcebispo de São Paulo, sucedendo o arcebispo falecido. Tomou posse a 17 de setembro de 1939 e recebeu o pálio a 6 de janeiro de 1941. Dom José Gaspar foi arcebispo de São Paulo até 27 de agosto de 1943, quando veio a falecer, aos quarenta e dois anos, no Rio de Janeiro, num desastre de avião, no qual também faleceu o jornalistaCásper Líbero.

Homenageado na zona central de São Paulo com a praça Dom José Gaspar.